Eu deveria estar escrevendo um texto para o trabalho, mas, em vez disso, estou ouvindo o Screamadelica e fazedo sei-lá-o-quê neste blog que eu quase nunca entro. Entro às vezes pra ver como estão as coisas e percebo que tudo está exatamente do jeito que eu nunca quis que estivessem... paradas.
De certa forma, é bom ver que as coisas que eu deixei ficam sempre me esperando pra voltar. Pelo menos, as coisas inanimadas. Já as vivas eu nem sei. (Nota mental: é interessante como sempre depois que eu uso a palavra "nunca", eu uso a palavra "sempre", ou vice-versa.)
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Ode à escrotidão
- Eu odeio esses alunos de jornalismo escrotos que têm um blog, escrevem qualquer chorume literário auto-irônico e acham que são o Gabriel García Marques.
- Mas você é um aluno de jornalismo escroto que escreve chorumes literários auto-irônicos e se acha o Gabriel García Marques.
- Pois é, e eu me odeio por isso!
- Mas você é um aluno de jornalismo escroto que escreve chorumes literários auto-irônicos e se acha o Gabriel García Marques.
- Pois é, e eu me odeio por isso!
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Reflexões sobre o amigo que se dissipou
"Hoje, amanheceu e eu pensei que talvez a tristeza não pudesse voltar aqui e me oferecer um café ou outra distração qualquer."Mas ela veio e eu aceitei o café. Amargo.
Quando me disseram que ele não estava mais aqui, eu não chorei. Economizei os 70% de água que trago no corpo e me limitei a não aceitar. Queria acreditar que aquela era mais umas das mentiras que ele contava pra impressionar todo mudo. Mas, a julgar pela seriedade da situação, não era. Ninguém ria. Do outro lado da linha, meu amigo chorava.
Mesmo sabendo que eu nunca mais ia rir das piadas sem graça que ele contava, eu não chorei. Mas meu cenho ficou franzido o dia inteiro. Aquilo era a tristeza me oferencendo o café. O café mais forte e sem açúcar que eu tomei na vida. E não tinha nem adoçante.
No começo, ele era o mais alto. Mas nós alcançamos ele. No começo, ele era o mais experiente. Mas nós alcançamos ele. No começo, ele era o mais velho. Nós nunca o alcançamos. Até que, de repente, a contagem dos anos terminou pra ele. E a da gente continuou. Aí, nós alcançamos ele.
Então, chegou a minha vez de transmitir a notícia. E dos 70% de água que eu trazia no corpo, restaram, talvez, pouco mais de 10%. Sequei. Do outro lado da linha, eu chorava.
Quando me disseram que ele não estava mais aqui, eu não chorei. Economizei os 70% de água que trago no corpo e me limitei a não aceitar. Queria acreditar que aquela era mais umas das mentiras que ele contava pra impressionar todo mudo. Mas, a julgar pela seriedade da situação, não era. Ninguém ria. Do outro lado da linha, meu amigo chorava.
Mesmo sabendo que eu nunca mais ia rir das piadas sem graça que ele contava, eu não chorei. Mas meu cenho ficou franzido o dia inteiro. Aquilo era a tristeza me oferencendo o café. O café mais forte e sem açúcar que eu tomei na vida. E não tinha nem adoçante.
No começo, ele era o mais alto. Mas nós alcançamos ele. No começo, ele era o mais experiente. Mas nós alcançamos ele. No começo, ele era o mais velho. Nós nunca o alcançamos. Até que, de repente, a contagem dos anos terminou pra ele. E a da gente continuou. Aí, nós alcançamos ele.
Então, chegou a minha vez de transmitir a notícia. E dos 70% de água que eu trazia no corpo, restaram, talvez, pouco mais de 10%. Sequei. Do outro lado da linha, eu chorava.
sábado, 19 de junho de 2010
Ode à velhice
Hoje eu lembrei que eu, provavelmente, vou envelhecer e morrer um dia. Ou só morrer, dependendo do que for. Ver pessoas que fizeram parte da sua infância e que você não vê há muito tempo faz isso com o cérebro. Faz ele querer explodir em pedaços! No bom sentido, claro.
Isso me lembra aquela piada que minha vó contou quando eu era pequeno. Uma piada que não é piada. Ela tava no ônibus e uma menininha sentada do lado dela a olhou e disse pra mâe "eu não quero ficar velha assim". Então, minha vó, com a delicadeza de hipopótamo dela, disse "entao, você vai morrer".
Eu chamo de vó, mas essa minha vó nem é minha vó mesmo, é minha bisavó. Bisavó!
Isso me lembra aquela piada que minha vó contou quando eu era pequeno. Uma piada que não é piada. Ela tava no ônibus e uma menininha sentada do lado dela a olhou e disse pra mâe "eu não quero ficar velha assim". Então, minha vó, com a delicadeza de hipopótamo dela, disse "entao, você vai morrer".
Eu chamo de vó, mas essa minha vó nem é minha vó mesmo, é minha bisavó. Bisavó!
domingo, 9 de maio de 2010
Ode ao Palestra
As pessoas ficam bravas porque eu virei palmeirense há pouco tempo. Não é que eu troquei de time, eu só preenchi um lugar que antes estava vago. Tenho muitos - e bons - amigos palmeirenses, mas não foi nenhum deles que me influenciou não. Eu só queria achar uma utilidade praquele troféu horrível e meio quebrado do Palmeiras que meu pai tinha. O pior é que agora eu nem sei mais onde tá esse troféu. Mas agora já é tarde demais.
Eu só fiz que nem o gato da minha vizinha. Ele pulou do quinto andar do prédio, não morreu e ficou inexplicavelmente verde. Eu fiz igual, só que não precisei pular do prédio pra isso.
As pessoas ficam bravas porque eu virei palmeirense do nada. Mas tudo que começa, um dia tem que começar.
Eu só fiz que nem o gato da minha vizinha. Ele pulou do quinto andar do prédio, não morreu e ficou inexplicavelmente verde. Eu fiz igual, só que não precisei pular do prédio pra isso.
As pessoas ficam bravas porque eu virei palmeirense do nada. Mas tudo que começa, um dia tem que começar.
domingo, 21 de março de 2010
Ode à tatuagem
Então, eu estava lá com uma caveira mexicana em preto e branco no peito. Depois chegou o Elvis e o Jim Morrison. Elvis é o nome do meu tatuador, mas eu não me surpreenderia se o espírito do rei estivesse lá dançando e me dando apoio com o do Jim. Esse eu tenho certeza que tava porque eu fiz questão de levar a discografia completa do Doors pra tocar nesse meu momento de tortura, já que minha companheira de automutilação não compareceu dessa vez e eu já estava nervoso o suficiente pra ouvir a música eletrônica que toca no estúdio.
Agora quando eu mostrar a tatuagem não preciso mais dizer "mas falta pintar". E também não preciso mais ficar ouvindo "deixa assim só no traço". Está tudo acabado, como tem que ser. Agora, meu peito arde em brasa e isso não é uma figura de linguagm. Mas tudo bem! Não vou finjir que não desejei pegar a agulha e furar os olhos do Elvis nos momentos de dor, mas eu me contive. E ele continua enxergando, até porque ele tem que terminar a do meu irmão.
O problema é que, provavelmente, eu vou ter que continuar respondendo "mas o que significa?", como se eu tivesse cara de wikipédia. Pra mim, significa que eu sou louco, só isso. Assim como inúmeros outros loucos que se tatuam por aí. Significa que eu fui idiota o suficiente pra pagar pra sentir dor e ainda gostar disso. E muito. Certamente eu devo ter lgum tipo de problema, mas não por isso. E sim porque meu pai disse pra eu dar um nome pra caveira... e eu dei. Então, eu saí de lá com uma caveira colorida no peito, a Soraya Queimada.
Agora quando eu mostrar a tatuagem não preciso mais dizer "mas falta pintar". E também não preciso mais ficar ouvindo "deixa assim só no traço". Está tudo acabado, como tem que ser. Agora, meu peito arde em brasa e isso não é uma figura de linguagm. Mas tudo bem! Não vou finjir que não desejei pegar a agulha e furar os olhos do Elvis nos momentos de dor, mas eu me contive. E ele continua enxergando, até porque ele tem que terminar a do meu irmão.
O problema é que, provavelmente, eu vou ter que continuar respondendo "mas o que significa?", como se eu tivesse cara de wikipédia. Pra mim, significa que eu sou louco, só isso. Assim como inúmeros outros loucos que se tatuam por aí. Significa que eu fui idiota o suficiente pra pagar pra sentir dor e ainda gostar disso. E muito. Certamente eu devo ter lgum tipo de problema, mas não por isso. E sim porque meu pai disse pra eu dar um nome pra caveira... e eu dei. Então, eu saí de lá com uma caveira colorida no peito, a Soraya Queimada.
domingo, 7 de março de 2010
Ode ao escritor
Porque saiu um conto do Bukowski na Playboy gringa falando sobre escritores. E concordo com ele quando fala que é difícil escrever sobre "escever". E olha que ele é o Bukowski...
Outro dia, na sala de aula, o professor perguntou quem ali tinha nascido pra escrever. Eu levantei a mão pra perguntar outra coisa, mas acabou parecendo que eu levantei porque eu era o único ali que tinha nascido pra escrever. Mas foda-se! Eu tô numa faculdade de jornalismo e eu quero trabalhar em redação. É obvio que eu nasci pra escrever. Se eu tivesse nascido pra fazer pão, eu seria um padeiro. E se eu tivesse nascido pra roubar, eu seria o Edir Macedo. A questão não é se eu escrevo obras de arte ou lixo. A questão é se eu escrevo... e eu escrevo.
Quando o David Nasser estava desencantado e parou de escrever, a esposa dele disse algo como "e o que mais você sabe fazer? Volta a escrever, porra!". E o Bukowski disse que depois do alguns anos como escritor, a alma, a pessoa, a criatura fica inútil pra fazer qualquer outra coisa. Isso pode ser verdade... Reparem, eu não estou falando que eu sou um escritor, nem tô me comparando com esses caras que são foda. Não tem nada a ver com pretensão. Só tô dizendo que eu gosto de fazer o mesmo que eles. Só isso.
Outro dia, na sala de aula, o professor perguntou quem ali tinha nascido pra escrever. Eu levantei a mão pra perguntar outra coisa, mas acabou parecendo que eu levantei porque eu era o único ali que tinha nascido pra escrever. Mas foda-se! Eu tô numa faculdade de jornalismo e eu quero trabalhar em redação. É obvio que eu nasci pra escrever. Se eu tivesse nascido pra fazer pão, eu seria um padeiro. E se eu tivesse nascido pra roubar, eu seria o Edir Macedo. A questão não é se eu escrevo obras de arte ou lixo. A questão é se eu escrevo... e eu escrevo.
Quando o David Nasser estava desencantado e parou de escrever, a esposa dele disse algo como "e o que mais você sabe fazer? Volta a escrever, porra!". E o Bukowski disse que depois do alguns anos como escritor, a alma, a pessoa, a criatura fica inútil pra fazer qualquer outra coisa. Isso pode ser verdade... Reparem, eu não estou falando que eu sou um escritor, nem tô me comparando com esses caras que são foda. Não tem nada a ver com pretensão. Só tô dizendo que eu gosto de fazer o mesmo que eles. Só isso.
Assinar:
Postagens (Atom)